Neste evento realizado na
Universidade Nacional de Villa Maria foi apresentado um trabalho sobre as encantarias amazônicas. Um dos trabalhos que serviram para a sistematização do Museu Virtual
Surrupira de Encantarias Amazônicas.
Encantarias da Amazônia nas religiões
afro-brasileiras: um patrimônio ainda a ser desvelado pela população local
Diogo Jorge de
Melo
Faculdade de Artes Visuais e Museologia da
Universidade Federal do Pará
As religiões
afro-brasileiras da região amazônica (Pajelança, Tambor de Mina e Umbanda),
possuem singularidades e exotismos, que abrangem uma série de história e mitos
de entidades denominadas de encantadas. Uma rica diversidade cultural, que
acaba se distinguindo das religiões desse segmento em outras localidades.
Dentre esses encantados, destacam-se reis, rainhas, princesas, caboclos, índios
e seres da mitologia local, que se organizam em diversas linhas de trabalho ou
famílias. Dentre os mais populares, destacamos a família da Turquia, com a
Cabocla Mariana e suas irmãs Jarina e Herondina. Como manifestação cultural, os
terreiros destas religiões se apresentam como excelentes agentes propagadores
destas tradições, no entanto o preconceito ainda se torna uma barreira para que
grande parte da população local conheça essas histórias e mitos. Fato que se
faz necessário se pensar em alternativas para afirmação e valorização desse
patrimônio. Por exemplo, se fala muito em determinados mitos, mais aceitos
socialmente, como do boto, curupira, matintaperera, caipora, cobra grande. Mas
pouco se fala sobre a família da Turquia, os surrupiras, dentre outros
encantados ligados a cultura afro-brasileira da região amazônica.